Abacaxi
Em “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara“, Gerard menciona que o abacaxi é “considerado uma das maiores delícias de todo o mundo. É tão apreciado pelos portugueses que eles chegam a mandar árvores até a Índia para garantir que a fruta esteja sempre à mão em suas colônias.”
Com certeza, o abacaxi foi uma fruta muito estimada no século XVI. Os cronistas da época foram unânimes nos seus elogios. Seguem alguns dos seus comentários:
- “A fruta é muito cheirosa, gostosa, e uma das boas do mundo, muito cheio de sumo, e boa para doente de pedra.” – Fernão Cardim
- “O sabor dos ananases é muito doce e tão suave que nenhuma fruta de Espanha lhe chega na formosura, no sabor e no cheiro.” – Gabriel Soares de Sousa
- “São tão saborosos que, a juízo de todos, não há fruta neste reino que no gosto lhes faça vantagem.” – Pero de Magalhães de Gândavo
- “Fruta que em formosura, cheiro e sabor excede todas as do mundo.” – Frei Vicente do Salvador
Logo após encontrar o abacaxi no Novo Mundo, os portugueses e espanhóis começaram a exportá-lo para outras colônias tropicais para cultivo.
O abacaxi se chama de “ananás” em Portugal. Acredita-se que os espanhóis aprenderam “naná” do seu contato com os Guaranis e espalharam esta palavra também entre os portugueses. Os brasileiros, porém, incorporaram a versão Tupi de “ibá” (perfumado) + “cati” (fruta), formando o nosso abacaxi. Vou discutir muito mais sobre os povos Tupi e seu idioma no futuro.
Agora, porém, acho que é hora para eu lanchar alguma coisa. Adivinhe só o que…
(Fotos por Christopher Kastensmidt)