Boitatá
Histórias de serpentes gigantescas existem nas culturas de quase todas as civilizações humanas. Por isso, em “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”, Gerard e Oludara se conhecem por causa de duas histórias de serpentes em lados opostos do mundo. Oludara conta a história do Dragão Africano, e Antonio Dias Caldas e Diogo falam da sua batalha contra outra serpente de proporções imensas: o Boitatá.
O Boitatá é um dos monstros mais antigos e famosos do Brasil. Seu nome vem do Tupi “mboi” (serpente) e “tatá” (fogo), e ele foi conhecido pelos povos brasileiros muito antes da chegada dos europeus.
Na série A Bandeira do Elefante e da Arara aparece uma versão desta criatura famosa. Este Boitatá sai apenas de noite; durante o dia ele se esconde no fundo de lagos e rios. Chamas azuis cobrem o seu corpo–chamas que queimam a carne de qualquer um que se aproxima, mas que não fazem dano alguma à vida vegetal.
Quando alguém chega perto o suficiente do bicho para enxergar através das chamas (uma manobra não aconselhável!), eles percebem que as escamas do bicho brilham com muitas cores, como o arco-íris que aparece na névoa de uma cachoeira.
Esferas de fogo queimam no lugar dos seus olhos, e qualquer um que fita aqueles olhos terríveis vai à loucura.
(Ilustração – Carolina Mylius)