Tupi
Em “A Batalha Temerária”, Gerard e Oludara encontram uma tribo de nativos tupinambás. A linguagem usada por eles, conhecida como tupi, era a mais comumente usada pelas tribos costeiras brasileiras na época da colonização européia. Entre as nações de nativos brasileiros que falavam tupi estavam: Tupinambás, Tupiniquins, Tabajaras, Potiguares, Caetés, Tupinaés, Tamoios, e Temiminós. A palavra “tupi” também se refere a estes povos.

O tupi antigo faz parte de conjunto de famílias linguísticas das populações indígenas sul-americanas conhecido como “macro-tupi”. Este tronco linguístico aborda as línguas Ariquém, Aueti, Juruna, Maué, Mondé, Mundurucu, Puruborá, Ramarrama, Tupari, e o Guarani.
Uma versão do tupi tornou-se a língua franca (língua adotada para a comunicação de grupos multilíngues, geralmente por razões comerciais, diplomáticas, ou administrativas) dos primeiros colonos brasileiros, até 1758, quando o português foi nomeado como língua oficial. No entanto, essa língua franca deu origem ao nheengatu (“fala boa”, em tupi), um dialeto falado até hoje em partes da região Amazônica.

O tupi antigo se tornou uma língua extinta há centenas de anos atrás, no entanto, graças a linguistas como Eduardo de Almeida Navarro, a língua foi recuperada, e está sendo ensinada novamente para descendentes das tribos originais.
Mesmo assim, a língua continua presente na língua portuguesa contemporânea, e é responsável por alguns termos (arapuca, jururu, toró, socar, capinar, etc.), nomes de certas plantas e animais (jacaré, abacaxi, capim, tatu, etc.), nome de cidades (Paraná = rio afluente, Sergipe = rio dos siris, Ipanema = água suja, Curitiba = pinheiral, Goiás = gente da mesma raça, etc.), e até a preferência pelo gerúndio (“estou fazendo”, diferente de “estou a fazer” do português europeu). Apesar do desconhecimento de muitos brasileiros sobre o significado dessas palavras, é inegável a enorme influência que essa nação teve na construção de nossa identidade cultural e linguística.
Mais recentemente, linguistas trabalharam com os atores do filme Hans Staden, de 1999, para recriar o tupi antigo. Assistir a este filme é uma ótima maneira de ouvir como é que soava o tupi antigo.